Papo da leitora
"... Ficar significa aguentar. Conquistar significa resistir. Desistir não é uma opção para os resilientes. No fim, tudo se resume ao quanto você pode aguentarsem arriar os joelhos. E esse discurso é muito mais dolorido que bonito. Viver é muito mais sobre Tim Burton do que sobre Woody Allen...E a gente nunca quer acreditar, até o primeiro tombo, até o primeiro capote, até o primeiro erro. Já que a vida não é lá esse cenário colorido da disneylândia, a gente se acostuma com a rotina autoritária furta-sonhos, a gente se acostuma com a falta de paciência, com a falta de afeto, com excesso de brutalidade. Mas nos esquecemos que os ombros são humanos e que a gente ainda sente dor, por mais que o desejo de negar seja maior.
Uma coisa dá errado, e você pensa: “hum, ok”. Duas coisas dão errado, e você pensa: “é, né, faz parte da vida”. Quando três dão errado, você acha até graça. Seus ombros estão lá, deslumbrantes, se mexendo e dançando para qualquer problemática. Você aguenta uma coisa ali ou aqui. Muda algumas coisas de lugar e segue. Afinal, bonito na vida é ter brio e viver dentro de uma literatura Augusto Cury de ser. O problema é quando sua cartilagem começa dar sinais de desgaste e alguns hematomas aparecem. De repente, o universo de fluoxetina começa desmoronar. É, amigo, não dá mais para disfarçar.
Quem acredita em deuses, reza. Quem acredita na palavra, canta mantra: venha paciência, venha serenidade, venha sabedoria, venha altivez, venha coragem, venha, venha, venha. E nada aparece, nem deus, nem sentimento nenhum. Nada além da sua vontade de sentar no chão e chorar..." (Maria Gabriela Cristiano via Obvious Mag)
Por: Francine Rocha